sexta-feira, 27 de março de 2009

A carta...

Não é fácil esquecer uma pessoa, mais difícil será uma pessoa como tu, não é fácil passar ao lado das coisas, ou esquecer as coisas que me disses-te, não é fácil, não é mesmo fácil...
Sinto-me fraca e frágil, não me toques, não me toques porque eu desfaço-me em cinzas e não serei forte, não me reconstituirei, sentindo-me cada vez mais pisada até um dia nem uma cinza sobrar como recordação!
"Amor é fogo que arde sem se ver", já alguém dizia e tem razão, é uma chama sem ter sido ateada, paira transparente no ar sem que ninguém a veja.
Queria inventar adjectivos que pudessem qualificar como a minha alma se sente, alvejada, em coma... a alma não se sente, mas um aperto faz soar e estremecer tudo. Um sonho que vivi seriamente acordada, e senti nos sonhos de noites bem passadas, a pensar em ti!
Apesar de tudo o que também disse é a verdade transparente da minha vontade, ingénua, farta de ninguém e com a calma necessária para a suportar.
A minha vontade desfez-se em palavras, como se estas fossem sempre a chave de uma comunicação perfeita, mas isso é uma perfeita parvoíce, de quem não comunica apenas com o sentir calado, com a necessidade de não perder de vista uma ilha chamada paraíso.
Nessa ilha as pessoas não se chateiam com palavras, sofrem de sentimento igual, provavelmente Amor.
É tudo tão plano agora, parece que estou sozinha, num lugar deserto cheio de luz, sem nuvens, sem sol, sem ar, sem cheiro, tudo branco... cega não posso ser pois só aquela imagem se identifica. 
Sinto-me solta, a caminhar sempre em volta de algo circular, mas de aspecto plano, estou sempre no mesmo lugar, serei sempre a simetria.
Neste mundo nem um grito meu faz ouvir quem me amou e quem eu gostaria que me ama-se.
Guardarei tudo isto como uma alma eterna, ficando à espera de voltar a rejuvenescer a felicidade de outrora.

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